Essa última semana foi a mais difícil pra mim até agora, em 55 dias de isolamento. Sim, eu continuo contando os dias, faz parte do meu lado organizado, não tem jeito. Coincidiu com a minha TPM e eu estava no limite de um desânimo, de uma desesperança tão grande. Também tive dificuldade para dormir, minha cabeça simplesmente não "desligava". Como resultado já acordava mais cansada e temi que entrasse nesse looping que eu tanto evito. Essa semana eu também me vi mais conectada, deixei de ver os filmes da minha lista e voltei a ler algumas notícias, algumas opiniões nas redes sociais e foi uma péssima decisão. Me peguei rolando o feed por tempo demais, sabe? Usando o tempo de maneira totalmente improdutiva. Justo o tempo, aquilo que a gente tem de mais precioso. E verdade seja dita, não tem como se encher de informações sobre a política do Brasil e ficar de boa depois, não dá!!!!!!
Daí quem ficou cheia de opiniões fui eu, tendo infinitas discussões mentais de tudo o que eu queria falar, mas escolho não falar. Quanta hipocrisia que eu vi, quantas pessoas donas da verdade que eu li. Quantos julgamentos... Foi cansativa demais essa semana!
E porque eu tenho uma postura de não discutir política nas redes, como uma forma de me preservar do desgaste de ser julgada e atacada, eu senti tudo ainda mais essa semana. Tive minhas energias sugadas. Detesto essa sensação. Eu já fui julgada por gente raivosa no privado, mas com feed todo fofinho e gentil no Instagram. Hoje eu me retiro e sigo a vida. O descontrole das pessoas me assusta. Eu fico com a sensatez dos reservados.
Nessa semana eu também deixei de seguir algumas pessoas, inclusive algumas que eu tinha um carinho enorme. Mas já não dava mais. Estava ficando pesado, sabe? Tem gente surtando de verdade nessa Quarentena, culpando tudo e todos, despejando suas opiniões e julgamentos, seus ressentimentos, mas elas nem percebem o lugar sombrio que elas estão...eu simplesmente parei. Dói um pouquinho, mas nesse momento complicado da vida, deixei esse peso, que não é meu, para trás...
Dito tudo isso, eu até tentei revidar nessa semana tão depressiva. Fui caminhar pelo meu bairro, andei 2 quarteirões. Coloquei um tênis, fones de ouvido, "Queen" em volume alto e fui embora sem olhar pra trás, sem pensar nos julgamentos alheios. Fui sozinha, não tive contato com ninguém, não toquei em nada, só caminhando e recebendo a luz do Sol da tarde e ar puro. Voltei para casa me sentindo bem. Eu estava precisando muito disso.
By the way... alguns países de primeiro mundo estão recomentando exercícios físicos ao ar livre para a população como forma de aumentar a imunidade e fortalecer a saúde, tanto física quanto mental. Mas o Brasil ainda não está preparado para essa conversa...
Os dias parecem passar em câmera lenta e o "um dia de cada vez" nunca fez tanto sentido. Não há mais pressa...
"Ainda bem que existe outro dia.
E outros sonhos,
E outros risos,
E outras pessoas,
E outras coisas" (Clarisse Lispector)