Desde que comecei esse blog, há 4 anos atrás, minha intenção sempre foi mostrar o que há de bonito há minha volta, pois é na simplicidade das coisas (e das coisinhas) que está a verdadeira beleza. Nisso eu acredito! Mas nunca a afirmação "nem tudo são flores" esteve tão presente na minha vida. Aqui a gente só vê uma parte das coisas, não é mesmo?
Nos últimos anos, muitas coisas aconteceram, muitas mudanças aconteceram, me fazendo sentir engolida pelo tempo e sinto que existem sentimentos que eu não consegui digerir como necessário. É como se eu tivesse os armazenado em um cantinho dentro de mim, mas agora esse cantinho já não cabe mais nada, a porta estourou! Tudo começou a fazer sentido quando há dias atrás eu senti um desgaste físico muito grande. Falta de ar, ansiedade, palpitações, náuseas, um mal estar que me deixava muito mal. Um dia, o simples ato de lavar louça, me fez sentar na cadeira para recuperar o ar. Não entendi o que estava acontecendo.
A insônia também voltou com força nos últimos meses. Coisa tão triste e desgastante, que se eu tivesse um inimigo, nem pra ele eu desejaria isso. Não dormir bem me transforma de uma maneira devastadora, traz um lado feio, de impaciência, desânimo e alteração de humor. Não gosto da Elza que não dormiu, detesto quando ela, suas olheiras e aspecto cansado aparecem. Não há doçura na insônia, certo?
Eu sempre fui uma pessoa totalmente ativa. Dessas que acorda cedo, abre a casa, resolve o que tem que resolver, faz bolo, um artesanato inesperado no meio do dia, topa tudo, está sempre fazendo alguma coisa, enfim, estou sempre em movimento e em processo criativo seja de qualquer coisa. Mas ultimamente estava mergulhada num ócio terrível, procrastinando demais, conectada por tempo demais, online por tempo demais, desanimada por tempo demais. Isso também me causou desespero. Quando percebi o quanto de tempo passava sentada olhando para a tela do computador, seja no Facebook ou em qualquer outro site, me deu muita tristeza. Uma sensação de que eu era a única responsável por desperdiçar o meu mais precioso bem nos dias de hoje: o meu tempo! Eu estava me auto-sabotando!
Percebi que não fazia mais artesanato, não produzia ou criava quanto antes, não tinha ideias como antes, não me empolgava pelas coisas como antes... me senti triste. Era como se estivesse lentamente perdendo a minha essência.
Quer um exemplo? O quarto dos meus filhos precisa ser pintado. Tem paredes rabiscadas, marcas de pé dos meninos e também porque cansamos do verde das paredes. A tinta já foi comprada há meses. Mas me falta o elemento "Hoje vai!". Entende do que eu estou falando? Aqui somos nós mesmos que fazemos essas coisas em casa...
Outro fator frustrante é o de que negligenciei completamente a minha saúde nos últimos anos. A médica que me atendeu, mesmo sendo um doce de pessoa, fechou a "cara" para me dar o maior puxão de orelha porque desde que Thomas nasceu, não fui mais ao ginecologista (outro exemplo desanimador). Pode ter certeza que me senti envergonhada, mas lá no fundo, sinto que nem vi esse tempo passar, parece que nesses 3 anos eu estava ligada em um modo automático, só agindo...ou reagindo, talvez. Mas não há desculpas, quando a gente se esquece de nós mesmos.
Mesmo eu, nos meus anseios de mãe exemplar, tenho que lembrar que também sou mulher, filha, esposa... e que todas as minhas outras facetas precisam de igual atenção. E que mesmo gostando da perfeição, posso sim me permitir ser imperfeita.
Se lembram do trecho lá em cima da falta de ar? Pois bem, me passaram uma bateria de exames que eu estou fazendo aos poucos. Também está previsto uma consulta com um gastro, por causa das dores de estômago e inchaço diário na barriga.
Já faz um tempo que venho me sentindo mal quase todos os dias, dores de cabeça, perdi o apetite, cozinho todos os dias para minha família, mas não sinto fome ou vontade de comer. Já perdi 2 quilos até agora nessa dieta indesejada. Também tive virose duas vezes em menos de 1 semana e palpitações muito frequentes. É o meu corpo pedindo ajuda!
Tive uma consulta com uma psicóloga, pois foi recomendação da minha médica e tive um triste diagnóstico de que estava em um quadro depressivo. Sinceramente, já cheguei a cogitar isso sim, pois a gente não descobre de um dia para o outro que não está bem emocionalmente, não cheguei até esse momento sem saber de nada, porém eu culpava sempre a falta de sono, acreditando piamente que bastaria eu estabilizar o meu sono, que tudo isso iria passar. Que eu voltaria a ser eu novamente...
Eu me sinto mais chorosa e mais sensível. Há tempos parei de ver jornais e notícias pela manhã pois algumas delas me deixavam arrasada pelo resto do dia. A última foi a do menino Bernardo, morto pelo pai e pela madrasta. Não queria ler, mas cedi a curiosidade. Erro meu, pois chorei, chorei e chorei compulsivamente por horas. Imaginei todo o sofrimento desse menino como se fosse em mim. Como se fosse em um filho meu. Estava com os nervos á flor da pele!
O mais agravante disso tudo são os sintomas que a gente desenvolve nesse processo sem perceber, como síndrome de pânico, crises de ansiedade e transtorno compulsivo obsessivo. Que a minha maçaneta da porta nem "desconfiava" quando eu quase quebrava ela de tanto conferir se ela estava mesmo trancada. Eu não consigo sair de casa se não conferir se a porta está trancada 3x ou mais. Ou no tapete que eu tinha que alinhar na porta da frente, pois ele desalinhado me incomodava demais.
E assim a gente descobre, como um "tapa na cara" que não está bem, que não está lindando bem com os sentimentos e frustrações, descobre que tudo anda cinza demais, quieto demais por fora, mas barulhento e inquieto demais dentro da nossa mente.
Duas amigas me disseram na mesma semana que eu estava estranha, uma delas, mais sincera me disse uma frase que ficou na minha cabeça: "nem parece você", disse ela. E eu lá parada, olhando pra ela de volta, nem tinha o que dizer... Realmente eu não me sinto eu mesma já faz um tempo e eu gostava muito de quem eu era. Quero a minha vaidade, a minha vivacidade, a minha espontaneidade e a minha essência de volta.
Sendo positiva como sempre fui, penso nos meus filhos e como eles são alegres, saudáveis e sapecas, penso no meu marido, que é bom e paciente comigo, um anjo que caiu na minha vida e penso também em como eu era antes e como sempre gostei de mim, das minhas escolhas, das minhas iniciativas, até dos meus erros, ora!...enfim, tenho tanto a ser grata, mas estava dando atenção nas coisas para se lamentar.
Queria muito escrever sobre o que eu estou passando aqui no blog, pois ele é um registro pessoal! E talvez este seja um dos assuntos mais pessoais que eu já tenha escrito por aqui. Foi confuso sentar e escrever tudo, pois a minha cabeça está cheia de pensamentos e medos. Até o que vocês estão pensando de mim ao lerem isso, me preocupa! Eu sou muito exigente comigo mesma. Mas quando a gente compartilha, escreve, ...se sente melhor. Pelo menos comigo funciona.
Poderia ter guardado esse momento para mim e minha família, mas não tenho medo e nem vergonha de revelar o que estou passando. Não sou a primeira e nem serei a última. E até porque me esconder, não faz parte do meu estilo. A intenção não é fazer do blog um "muro de lamentações", é só um desabafo que eu sinto necessidade de compartilhar. Por mais que este seja o meu momento atual, não quero prolongar o assunto, quero mais é cuidar de mim.
Também excluí a minha conta do Facebook por tempo indeterminado. Quero fazer uma grande limpeza mental nesse momento. Não estava me fazendo bem tanta informação e faz parte do meu plano ficar menos tempo conectada. Vou ler um livro, ver um filme clássico, testar uma receita, fazer uma cabaninha para os meus filhos... a vida está aí para ser vivida, certo?
Agora tenho que estar no meu momento mais "egoísta" de uma maneira positiva e olhar pra mim, ter um tempo meu e para o que me agrada, para tudo aquilo que me faz bem. Não me permito mais ter acesso ao que me causa ansiedade ou agitação.
Não estou no Facebook, mas continuo lá no meu queridinho Instagram, a vibe de lá é muito mais positiva e calorosa, e também no Pinterest e no Flickr, brincando de fotógrafa ❤
Essa semana comecei a terapia e um tratamento com Florais de Bach. Como eu sempre sinto meu anjo da guarda junto de mim, tive sorte de encontrar uma terapeuta que é contra medicação forte e controlada, portanto o meu tratamento será baseado nos florais, acupuntura para tratar a insônia, caminhadas matinais, mudanças de hábitos e alimentação e o mais importante: Ação!
Quando você muda, o mundo muda com você, certo?
Obrigada se você leu tudo isso até aqui, eu escrevi um livro, rs! Peço compreensão, não julgamentos e paciência, pois este é o meu pré-renascimento!!! Queria muito ser mulher maravilha, mas descobri que sou só uma mulher e isso me basta!
Bjs