Vou me "exibir" um pouquinho como mãe, pode?
Quem é mãe sabe o quanto é difícil educar uma criança. Eles não vem com manual, pelo contrário, eles vem com muita vontade própria e um desejo incontrolável de testar nossos limites. E também não se "criam' sozinhos, é preciso direcionar para o que é certo e errado SEMPRE!!!
Quando descobri que estava grávida, algo mudou em mim.Eu me dediquei em ser uma mãe presente, carinhosa, porém disciplinadora, mas também errei e aprendi muito nesse processo. Nada é tão preto no branco assim.
Eu queria ser o tipo de mãe que dá todos os banhos, troca todas as fraldas, canta pra dormir e cozinha as comidinhas que ele mais gosta. E puxa, como eu fui... e ainda sou!
Depois de semanas de febre, antibióticos, perda de apetite e corre-corre para hospital, Arthur voltou para escolinha nesta Segunda-feira (ele fica somente 1/2 período). Os avós ficaram apreensivos e torceram o nariz, mas como pais, meu marido e eu temos que tomar decisões, e será assim para toda vida. Avós sempre acham que sabem melhor que nós, e eu respeito isso, pois eles tem a vantagem da experiência, mas na hora de educar, sigo meus instintos de mãe e meu coração.
Ele já está recuperado da pneumonia e estava passando os dias ociosamente, vendo tv. O que não é bom pra ele! Ele estava sentindo tanta falta desse convívio, que quando chegou lá, nem pra trás olhou, me disse "Tchau, mamãe" e foi correndo para encontrar os amiguinhos.
Ontem, na hora do almoço, fiquei super feliz quando preparei refogadinho de milho para o almoço e ele comeu tudinho junto com o feijão. Meninas, tem prazer melhor para uma mãe do que ver o filhote comer? Deve ter, mas no momento esse é meu melhor prazer: ver meu filhote se recuperar! Pois ele ficou tão magrinho...
Outra coisa que me deu um orgulho danado, foi a retirada da fralda! Ele se adaptou tão bem, fez xixi na cama apenas na 1° semana e depois nunca mais. Isso prova que ele está de fato crescendo.
Existem outros fatores no desenvolvimento dele que me dão muito orgulho, como o fato dele comer sem problemas legumes e frutas (beterraba e maça ele consome quase diariamente), ele não bebe refrigerante e sim suco natural (dá trabalho preparar o suco? dá sim, não nego) e a sobremesa preferida dele é gelatina! E posso mudar o sabor, nada dessa coisa de ser somente um sabor específico.
Ele também deixou de chupar chupeta por vontade própria, assim como a mamadeira que ele largou antes dos 2 anos. Nós fazemos as refeições na mesa, esse era um hábito que eu quis aqui pra casa e funcionou. Ele mesmo desliga a tv na hora de comer. Arthur respeita bem rotinas.
Arthur também é sociável e carinhoso, ele cumprimenta todo mundo na rua, aonde quer que vá, seja sorrindo, dizendo "oi" ou "jóia" (ele adora fazer jóia) e agora já diz obrigado quando recebe alguma coisa. Quando paramos no semáforo, ele faz "tchauzinho" para o carro ao lado. É muito engraçado observar a reação das pessoas quando ele faz isso, arranca sorrisos. E sempre que vai na casa dos avós, a primeira coisa que ele faz ao chegar, é dar um abraço em todo mundo. Se tiver visitas, ele abraça também.
E sabe o que me dá mais orgulho? Quando ele começou na escolinha, a professora veio me dizer que ele era a única criança que comia sozinha. Todas as outras chegaram na escola, ainda recebendo comida na boca e a adaptação para elas foi mais difícil. (Tá bom Elza, todo mundo já entendeu...)
Ah, e no hospital, quando ele ficou internado, ele era a única criança do quarto, que não recebia a mamadeira que vinha da cozinha. O dele vinha no copinho. Ele já não usava mamadeira há tempos e por isso eu não quis retroceder. E quer saber, deu certo?!
Eu sei, ficou "chato" essa corujisse toda!!!
Gente, estou escrevendo tudo isso para dizer que, como mãe, temos muitas inseguranças, será que estou fazendo certo? será que assim é melhor? será que sou boa mãe?
Mas quando vejo esses resultados, não tem como negar o que fiz certo, mesmo que muitas vezes ninguém reconheça. Quando a gente erra, recebe críticas, mas quando faz certo, as pessoas acham natural, não reconhecem nosso trabalho e esforço como mãe, o que é bem frustrante.
Não sou mãe perfeita e nem pretendo ser, tá, eu até gostaria, mas sei que não sou. Sei que isso não existe, afinal a gente só aprende errando. A perfeição não oferece crescimento. Mas quando o saldo é de mais acertos do que erros, fico feliz, pois tenho uma agradável sensação de trabalho bem feito, de dever cumprido. Tenho dias de estresse, sem paciência e cansaço, mas tento compensar com dias de música pela casa, cósquinhas e tarde no sofá vendo desenhos com ele.
Claro que isso também só foi possível porque eu decidi ficar em casa com ele, porque abri mão de outras coisas, abri até mão de mim mesma, mas sei que muitas mães não podem fazer isso, precisam trabalhar e estudar. É uma decisão difícil e tem que ser planejada e o mais importante: uma decisão PESSOAL! Não é porque ficamos em casa que nos sobra tempo ou dinheiro, nada disso, na verdade ás vezes até nos falta, mas é um sacrifício necessário. Ficando em casa, eu percebi o quanto é importante a minha presença ao lado de uma criança que acaba de chegar ao mundo, como ele precisa de mim, da minha orientação e como isso trará boas lembranças da infância dele.
Foi a minha escolha nesse momento e acho que estou sendo bem sucedida nesse "trabalho"!!!