Vou compartilhar com vocês um período muito gostoso da minha vida. Quer dizer, cada fase tem a sua importância, não é mesmo? Mas vou me referir à uma fase específica da minha juventude. No final do ano de 2000, eu estava terminando o ensino médio, estudava á noite e tinha 2 empregos durante o dia: durante a semana, eu trabalhava em uma locadora e nos finais de semana trabalhava no Zooparque (Zoológico aqui da minha cidade). Apesar de parecer tudo muito "corrido" eu adorava essa minha rotina, porque eu sempre fui muito ativa e inquieta. E ainda sobrava tempo para namorar.
Eu sempre fui muito de "fases", quando me interessava por uma coisa, só pensava ou fazia aquilo, sabe? E a minha fase naquele momento eram os filmes clássicos. Aprendi sobre cinema e filmes, era um assunto tão apaixonante pra mim naquela época, eu lia, assistia filmes, me informava, tinha caderninho para anotar tudo, já tinha internet em casa (discada e a linha ficava ocupada, alguém se lembra? Ninguém podia usar o telefone, rsrs) e eu mergulhei de cabeça nisso. Era um passatempo, uma coisa que fazia pra mim e que me fazia bem.
Então, vendo o jornal da minha cidade, tão modesto e precário, pensei: "Peraí... não tem nada sobre cinema nesse jornal?".Vi que eu poderia fazer isso, pois mesmo sem formação profissional, eu tinha o mais importante, motivação!
E foi acompanhada de muita motivação e auto confiança, que eu liguei na redação no dia seguinte, marquei uma reunião com o dono do jornal, saí mais cedo de casa antes de ir para a escola, com mochila nas costas e lá fui eu me sentar na sala dele e propor a minha ideia.
E daí que, mesmo ele sendo um senhor de idade, e eu, em contrapartida, com meus 20 aninhos, nos entendemos muito bem, pois conhecíamos e gostávamos dos mesmos filmes. Entramos em uma conversa descontraída sobre Juventude Transviada, Amor Sublime Amor, E O Vento Levou, Gata em Teto de Zinco Quente, etc.
A conversa rendeu tanto, que ele acabou me dando sim uma coluna semanal chamada 'Cinema & Vídeo" para falar sobre filmes. Eu seria "colaboradora", portanto não remunerada. Mas eu não me importei com isso, pois estava fazendo algo que me dava prazer pessoal, e quer saber, já naquela época eu sabia que nem tudo se trata de dinheiro nessa vida.
Não, eu não era "entendida" sobre o assunto, nem jornalista ou crítica de cinema, mas eu escrevia de coração, pois quando a gente coloca coração em tudo o que faz, uma coisa incrível acontece: tudo dá certo no final
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Gente, eu saí de lá e fui para a escola com uma felicidade tão grande, o meu sorriso mal cabia no meu rosto. Me sentia orgulhosa, feliz com o meu feito e claro, por ter conseguido. Eu assistia os filmes durante a semana, escrevia, escolhia uma foto e levava em um disquete na Sexta-feira e saía no jornal de Sábado. Foi tão legal!!!
A coluna durou um pouco mais de 2 anos, fiz parcerias com locadoras para assistir os lançamentos antes de irem para as prateleiras, conheci apaixonados por filmes como eu, podia escrever, me expressar e ser lida, sobre uma coisa que era apaixonada, enfim, coisas boas aconteceram, exterior e interiormente!
Guardo tudo com carinho em uma pasta e toda vez que olho para ela, me passa esse filminho na cabeça, do dia em que eu idealizei e realizei um projeto, uma coisa que nasceu de mim, me sinto bem, abro um sorriso instantaneamente. Isso teve uma proporção enorme sobre mim, de uma maneira muito positiva
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E se não bastasse escrever esse "livro", tem fotinhos... claro!
Meu nominho ali ♥
Billy Elliot ♥
Disquete ♥
Uma ótima semana para todos
Bjs