Quem já assistiu o filme vai saber do que eu estou falando. Como foi difícil sentar aqui e tentar explicar, escrever sobre ele, mas eu quero muito falar sobre esse filme. "A Árvore da Vida" pra mim foi uma experiência, assim como todo filme deve ser, seja divertido, sério ou só para passar o tempo. Daqueles filmes que você não sabe se ama ou se odeia. Li que muitos odiaram, mas ainda bem que diferentes pontos de vista existem para serem discutidos!
O que posso resumir é que o filme fala sobre Vida e Morte, na mesma intensidade. Não há uma narrativa de começo, meio e fim. O diretor usa a natureza e a criação do mundo (literalmente a cena do Big Bang está lá em uma grande magnitude!!!) para dizer que o mundo está girando e a vida acontecendo.
O filme retrata uma família convencional do Texas nos anos 50, um pai repressor, frustrado, porém amoroso à sua peculiar maneira. A mãe, um ser quase angelical, tamanha sua suavidade e amor incondicional aos 3 filhos, daquele tipo de mãe que todas nós gostaríamos de ser mais, mas acabamos sendo engolidas pelas obrigações do dia. Três meninos, tão adoráveis e diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. A dimâmica entre os irmãos é perfeita, eles se conhecem, se divertem e se amam. Tudo muito natural, nada forçado, mostrando que viver uma vida simples, é a melhor maneira de se viver.
As sensações também são experimentadas pelo filme, a 1° morte vista de perto, os primeiros passinhos de um bebê, um olhar de cíume do irmão mais velho...tudo é experimentado através apenas de olhares e trilha sonora, usar a sensibilidade nesse momento ajuda e muito a compreender o filme.
E o mais perturbador para qualquer mãe, a perda de um filho. Como uma mãe suporta tamanha perda? Como essa perda atinge toda uma família? E como a infância pode nos influênciar por toda a nossa vida adulta...
Confesso que foi um pouco exaustivo as cenas de natureza, exige paciência, embora reconheça que elas são perfeitas. A fotografia do filme é belíssima! Assim como o argumento usado para os maiores questionamentos da vida, os sussurros nas conversas com Deus, a inquietação da alma em compreender o que acontece a nossa volta, sobre as pessoas...enfim, a complexidade de uma vida em 2 horas de filme!
Depois que o filme acabou, fiquei pensando sobre a mãe que sou, do tempo que passo com meus filhos. Se pensarmos que antes não havia televisão, computador, facebook, video-games e toda essa tecnologia que ironicamente nos isola daqueles que estão próximos de nós, mas que nos aproximam de quem está longe...coisa maluca, não é?
E se esse tempo gasto fosse usado para cósquinhas? um banho de mangueira num dia quente? ou sentar na grama e adivinhar qual o formato das nuvens? Eu já fiz tudo isso quando criança e sobrevivi, sou normal, aliás tenho ótimas lembranças da minha infância. Seria mesmo uma utopia nos dias de hoje passar algumas horas assim, de calmaria e de pernas pra cima. Sem pensar, sem filosofar, sem se preocupar com nada, nem duvidar de ninguém...apenas sentir o momento e atingir uma paz de espírito. Seria mesmo possível ou estou ficando louca?????
Eu recomendo, goste ou não, é sempre uma experiência, certo?
Bjs