domingo, 29 de novembro de 2015

Arthur e a Psicóloga...

É o maior clichê de todos, mas é a mais pura verdade: filhos não vem com manual! Digo isso, porque na maternidade a gente aprende, aprende e aprende todos os dias, cada situação te leva á uma nova janela, á uma nova conclusão, á um novo aprendizado e você se dá conta que não sabe de tudo mesmo. Um dia, em uma aula de Psicologia na faculdade, no meu curto tempo de Pedagogia (eu tranquei a faculdade), a professora disse assim:

"É claro que uma mãe não é a mesma para os filhos, pois cada um chegou em uma determinada época de sua vida. Cada filho nasce em um momento diferente da nossa vida". 

Achei aquilo tão significativo, tão verdadeiro, que eu nunca mais esqueci. Em alguns sentidos, a mãe que eu fui para o Arthur, não é a mesma que estou sendo para o Thomas e vice-versa, porque muita coisa já aconteceu nesse processo.

Esse ano foi um ano difícil para o meu filho Arthur na escola, em termos de convívio social, tivemos uma fase nova e um tanto desgastante. Nada fora do normal na vida de um menino de 7 anos no 2° ano do ensino fundamental. Mas ao mesmo tempo que não é "nada" para nós pais, para os pequenos é um tormento, uma tempestade que parece que não vai ter fim, como uma novela mexicana acontecendo na nossa casa todos os dias.

São situações que todos nós já passamos na escola um dia, as rodinhas de amigos, o ciúme do amigo preferido, o dividir (ou não dividir) do lanche, enfim, situações que fazem parte do crescimento social de qualquer pessoa.

Mas meu filho Arthur é pura emoção, não peça razão á ele! Isso afetou suas notas, seu temperamento, agressividade, a relação com o irmãozinho, enfim, afetou tudo á sua volta. Tamanho envolvimento emocional nos fez procurar ajuda profissional e agora ele está indo á uma psicóloga. A sua maior dificuldade no momento é não saber se expressar, verbalizar aquilo que o incomoda e então ele chora, tem reações explosivas, se fecha, se isola... deixa de ser ele mesmo por um tempinho, mas depois volta a sorrir, a falar alto e fazer palhaçadas!

Se não bastasse a pressão natural do "crescer", nessa escola que ele estuda atualmente, os alunos são avaliados toda semana por uma prova, para acompanhar o seu desempenho. Pra mim, que estudei em escola pública a minha vida toda, custa um pouquinho a entender porque hoje se exige tanto e tão cedo. Mas temos que acompanhar as mudanças, certo? A escola é ótima, tanto pelos professores, pela estrutura e coordenação, todos muito atenciosos. Arthur está se desenvolvendo e muito lá. Entendo que ele tem que passar por novos desafios para o seu crescimento. Mas eu sou do tipo que me preocupo mais com o bom estado emocional do meu filho, do que com um boletim exemplar, sabe? Já o meu marido é mais focado nas notas, pois ele veio de uma infância em escola particular. Ele está sempre acompanhando o seu desempenho, participa das reuniões da escola, faz lição de casa com ele, é um pai muito presente. Eu alimento o coração e ele o intelecto e assim vamos funcionando como uma balança 

Uma situação em particular nos aborreceu um pouco. Há muito tempo Arthur se queixa de um coleguinha específico, diz que este criou um clube do qual somente o meu filho, dos 7 meninos da classe, não podia participar, pegou o lanche de outras crianças as deixando com fome, chamou o lanche do meu filho de "podre" no dia que eu mandei uva na lancheira, enfim...

De novo, são situações que eu sei que toda criança talvez enfrente, umas mais outras menos, não tenho como controlar as atitudes das outras crianças, mas tento orientar o meu filho em situações assim. Na vida, ele vai cruzar com todo tipo de pessoa.

Apesar de ficar chateada pelo meu filho, procuro sempre entender que são situações que talvez ele precise passar e o oriento sempre a tentar lidar com a situação da melhor forma possível. Mas por mais que a gente os oriente, durante o ato, no calor do momento, eles vão acabar tendo uma reação diferente, pois são pequenos e imaturos ainda. Arthur reage de outra forma, totalmente diferente do que eu o oriento e isso complica tudo!

Arthur já foi chamado de "mimado" por uma mãe lá da escola, que me disse isso sorrindo, em tom de brincadeira, e eu mesmo sentindo o "tapa na cara", engoli, sorri, como uma lady e segui em frente. Nessas questões eu sofro um pouquinho, mas me sinto muito fortalecida ao mesmo tempo, pois sei que essa não é a verdade. É preciso ter muita segurança em si nessas horas e saber onde direcionar a nossa energia.

Bem, mas o post é para falar que o fato de levar meu filho na psicóloga é aceitar que ele tem falhas, mas que essas falhas podem ser corrigidas. A terapia ajuda e muito nos problemas emocionais e comportamentais de uma criança. Como mãe, farei tudo ao meu alcance sempre! O Arthur é um menino bom, de bom coração, emotivo e isso é o que importa acima de tudo 

Semana passada Arthur chegou da escola dizendo que na escola tem um coleguinha que levou uma squeeze e estava cobrando para dividir sua água com os amigos, um deles chegou a pagar com uma moedinha de 0,25 centavos. Perguntei para o Arthur o que ele achava disso e ele teve a reação mais inocente e engraçada que ele poderia ter:

"Mãe, eu vou chamar ele de Seu Sirigueijo! Porque eu acho que os dois pensam muito em dinheiro!"

Provando duas coisas aqui: que apesar dos pesares, meu filho tem sim senso de humor e que o Bob Esponja tem grandes ensinamentos 

E assim a vida segue, errando, acertando e acreditando que tudo pode melhorar... sempre!

Desculpe o looongo desabafo,

Bjs

14 comentários:

  1. Oi Elza,
    Levar seu filho para a psicóloga não quer dizer que ele tem problemas, mas sim que voc~e quer o melhor para ele. Sempre levei minha filha para a psicóloga quando sentia que as coisas não estavam indo bem com ela. Para que deixar uma criança sofrendo se podemos arrumar uma solução. Aquilo que não vemos como mães, por estarmos envolvidas e muito próximas, uma psicóloga vê e resolve com a maior facilidade. para vc ter uma ideia, minha filha andava dando problemas na escola e eu a encaminhei para uma psicóloga, depois de uma sessão ela descobriu, através de jogos e desenhos o que a incomodava. Como meu horário era apertado, quem ia buscar a minha filha na escola era minha mãe, e ela queria uma mãe de calça jeans para ir buscá-la todos os dia, pois minha mãe usava saia! Pode parecer engraçado, mas aquilo ela um drama na vidinha de uma menina de 6 anos. Tive que mudar meu horário no serviço e pronto, ela foi novamente uma criança muito feliz.
    Tenho certeza que o Arthur vai amar a psicóloga e que logo saberá resolver os seu problemas sociais, sim pq ele está com um problema com um dos membros do seu grupo.
    Parabéns pela decisão, vc fez a coisa certa.
    Bjs

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  2. Oi Elza querida!
    Você sabe tenho dois também e eles são opostos em todos os sentidos, e a cada fase vem uma coisinha p gente tentar driblar não é fácil....e acho que você fez certo já passei Bruno uma vez e achei que foi bom. Eu acho que nós temos que ajudar nossos filhos a ir superando as fases e quando a criança é bem sensível é assim mesmo meu Bruno é bem sensível e sofre muito com as coisas que vê de errado. Pois educamos nossos filhos e colocamos limites, mas nem todas as famílias são assim né...e ai eles convivem com muitas famílias principalmente na escola onde passam a maior parte do tempo em contanto com amiguinhos...mas tudo passa e essa fase vai passar e outras virão kkkkk adorei vc dividir com a gente foi ótimo !
    abraços e bjs

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  3. Elza eu acho importante ir ao psicólogo. Esse ano também tive problema com a Maria na escola. Vários fatores (incluindo uma colega que ficava assustando ela diariamente) fizeram com que minha filha surtasse na escola, chegou a uma crise de estresse causado por desentendimentos com a colega, dai juntamente com a psicóloga da escola e uma psicóloga que procuramos por fora começamos um acompanhamento. Acho que ela precisava destas "conversas" com profissionais para conseguir se encontrar e saber trabalhar com esses problemas. Agora a Maria linda e querida voltou a ser o que era. Como você disse filho não vem com manual e educamos seres humanos e as vezes precisamos de uma ajudinha extra! Bjos

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  4. Muito bonito você compartilhar isso aqui. Essas pequenas coisas, se não forem cuidadas, serão levadas com a criança para sempre e que pode sim, afetar seu comportamento como adulto. Digo isso, pois meu irmão passou por situação semelhante mas com agressões na escola, ele escondia da minha mãe e por eu ser mais velha, estudava em outro período e não tinha noção disso. Minha mãe só foi perceber quando as agressões começaram a deixar marcas e o comportamento dele mudou muito, de ter medo das coisas, chorar "sem motivo", recusar a ir para escola, essas coisas... Quando ela descobriu fez um escândalo na escola, conversou com diretora, professoras e até com o menino que fazia isso mas, com a mãe dele, a mulher foi tão insolente com a situação, tratou com descaço, já que para ela era "normal briguinhas de escola". Percebemos ali que o problema não era o menino.

    A situação foi contornada e ele aos poucos foi se ponderando com as situações e deixando os medos de lado mas, a situação marcou tanto que mesmo depois de grande, ele ainda "guardava" sequelas da situação, ficava muito recuado na hora de expressar-se contra ou a favor de algo, e para ajuda-lo ele começou a fazer aulas de luta, porque além da disciplina, ele se sentia com ~"poder", sabe? Como se assim, ele soubesse enfrentar melhor as coisas. Foi algo que ajudou ;)


    Enfim, muito sucesso para Arthur *-*

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  5. O importante é o cuidado que vcs tem com ele. Levar a um profissional não é nada mais do que isso. Cuidar! Coisa que nem toda mãe (indireta direta para a mãe do outro menino) faz.
    Um beijo, flor!

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  6. Eu ri agora com a resposta do seu filho sobre o siri, realmente cada fase da vida somos um tipo de mãe eu quero acreditar que mudamos para melhor. No meu caso com a minha mais velha eu era uma mamãe de primeira viagem e assustada, com a caçula eu tenho mais segurança e acabo aproveitando mais os momentos com ela, me cobrando menos. Também me preocupo mais com o emocional das minhas filhas, com o bem estar do que com as notas, se elas aprenderem e manterem as notas na faixa de 70 para mim está ótimo :)

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  7. Elza, sinta-se abraçada! E seguiremos querendo sempre o MELHOR para nossos filhos.

    Mas que menino esse da classe dele, hein? Logo se vê, pelo jeito da mãe, que são todos reflexos do que vêem/têm em casa. Pelamor. Proteja seu menino. Esse lindo Arthur!! <3

    Beijoca! Tati



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  8. Elza não sie explicar o tamanho da importância do seu desabafo sobre o seu Arthur para mim que sou mãe do outro Arthur que passa por coisas bem similares ao seu.
    O meu Arthur é bem tímido, e tem muita dificuldade em falar o que sente, se algo o machuca, irrita ele chora, não sabe dialogar apenas chora. Confesso que ele já melhorou muito, mas ainda percebemos que ele não se abre.
    E talvez precisamos de uma ajudinha a mais.
    Obrigada pelo seu desabafo

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  9. são fases diferentes mesmo né? talvez lá na frente, quando voce reler este post vai ver que tudo não passou de uma fase mesmo, as crianças mudam e tão rápido...desabafar é bom também, a gente precisa e é uma delicia =)

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  10. ... e como as mães se identificaram e se identificarão com seu desabafo ... São fases, são experiências, são crescimento de nossos filhos e nosso também. É preciso muito amor e respeito para entender que aquilo que é tão "besta" para os adultos é tão relevante pra criança. É preciso um olhar atento para não passar por cima e encobrir um "probleminha" que pode crescer. Por isso é importante o trabalho casa x terapia. Faço terapia! Amo a terapia! Indico a terapia! Parabéns VC é uma excelente mãe. Ele vai superar essa fase rapidinho.

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  11. Elza querida terminei de ler este post emocionada e sorrindo. Estou descobrindo a maternidade e concordo plenamente com você é um aprendizado todo dia... ufa! Me encantei com a frase: "Eu alimento o coração e ele o intelecto e assim vamos funcionando como uma balança" acho que por aqui será assim também. O Arthur é um ótimo menino, eu trabalhei muito tempo em escola e infelizmente já vi crianças más, com valores errados e pais que não conhecem os seus filhos... não quero julgar, mas pais presentes fazem toda a diferença na vida da criança e vocês estão juntos com o Arthur nessa fase, por isso ele irá superar.
    Abraço :-)

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  12. Oi Elza! Infelizmente, não consegui engravidar, mas participei ativamente da criação dos meus sobrinhos, a ponto da psicólogo do meu sobrinho dizer que eu devia me afastar um pouco deles, pois eu estava fazendo o papel do pai. Na época, meu sobrinho tinha 5 anos, o pai dele era um tanto ausente, apesar de casado e morando na mesma casa da minha irmã, e meu sobrinho começou a aprontar tanto na escolinha, que recomendaram uma psicóloga para ele. Toda a família, todos os envolvidos diretamente com ele,participaram de algumas sessões. Eu era quem levava o meu sobrinho nas sessões. Estou contando tudo isso para justificar que, apesar de não ser mãe, aprendi alguma coisa sobre maternidade e psicologia infantil. Não concordo com o que disseste, que o teu filho tem falhas. Pelo que contaste, ele não tem falhas, ele apenas é emotivo e está com dificuldades para enfrentar algumas situações. Isto não é uma falha, no meu ver. Falha quem tem, é a mãe do menino que está aprontando na escolinha, ainda mais, que não foste a única mãe a reclamar das atitudes do filho dela. Sabe, que meu sangue ferve quando vejo situações como essas? Acho que por isso é que não me permitiram ser mãe, pois eu acho, que iria agir como a mãe daquele filme "Mamãe é de morte", se alguém se metesse com o meu filho. rererer Acho que não conseguiria manter a pose de "lady" e deixar por isso mesmo. Eu adoro criança, mas criança educada. Não sou dessas que vê uma criança demolindo uma casa, tirando a paz de um restaurante inteiro e diz que é coisa de criança. Fala sério! Que bom que o Arthur é pura emoção! E tomara que o acompanhamento psicológico dê a ele a força que ele precisa para lidar com certas situações! Diz pro Arthur que eu sou fã do sorriso dele! Bjinho e bom findi!

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  13. Elza querida, muito bom poder ler seu relato. Saber também que tem outras mamães passando por dificuldades (que não somos sozinhas neste mundo), qualquer que seja a fase, alivia um pouco o nosso sofrimento. Minha bebê fez 1 aninho esta semana e finalmente parou "um pouco" de chorar. Eu digo um pouco, porque ainda chora, mas não é aquele choro desesperado dos últimos 365 dias. Eu quase piro. Achei que ia ficar louca. Fui na psicóloga com ela também. Acredite, mudei de pediatra 3 vezes. E ninguém descobriu o motivo do choro. Será que ela vai ser assim pra sempre ou será que agora vai diminuir o estresse? Não tenho como avaliar, mas estou aqui, disposta a procurar a ajuda quantas vezes precisar.
    Um psicólogo pode fazer milagres com a gente e com eles. Não ache que não está sendo boa mãe por isso. Todos nós temos nossos traumas, não é verdade? Não temos como proteger nossos filhos de tudo, infelizmente. Você está certa em se preocupar com o bem estar dele sim! Mãe e pai presentes fazem a diferença! Ele vai crescer sabendo que tem vocês por perto e do lado dele pro que der e vier.
    Um beijo grande.

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  14. Emoção, falar de filhos me deixa assim, ontem mesmo comentei com a minha mãe, que iria levar o Pedro ao psicólogo, ele tem sérios problemas comportamentais, os quais me fazem bem triste, há muito tempo venho tentando contornar, mas não sei mais como agir, obrigada por compartilhar, me reforçou a ideia de fazer isso, beijos e vamos seguir confiantes que tudo se ajeitará!

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